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abril  jul. de 2022

jogos de 
arruar

jogos de arruar: debates e experiências de estar, caminhar, conhecer, ocupar e/ou sonhar (n)a cidade. 

Esse enunciado proposto foi o tema que inspirou nosso semestre de trabalho junto ao leve, com a importante colaboração de Rodrigo Borges, professor e artista convidado para esses meses de estudos e produção.

O convite para um percurso no próprio Campus da UFMG logo no primeiro encontro trouxe para o grupo a discussão sobre as práticas da caminhada ativando a máxima de Jean-Jacques Rousseau "Só consigo meditar quando caminho". A história do caminhar é muito antiga e está presente em mitos e alegorias em diferentes culturas, mas a ideia do caminhar como ato cultural, talvez tenha tido seu início na Grécia se consagrando como método sobretudo com Aristóteles que reunia seus alunos num passeio público que recebia o nome de perípatos. Assim parece ter surgido o nome da escola peripatética, designando também os filósofos que lá se encontravam e exerciam a caminhada enquanto professavam suas ideias. Sendo uma prática cara ao grupo leve, foi trazida mais uma vez para a exploração de espaços da cidade, tendo como pano de fundo leituras que lidaram tanto com a pesquisa e análise de diferentes proposições desenvolvidas por artistas contemporâneos, como a discussão sobre a experiência do jogo (tendo a obra Homo Ludens de Johan Huizinga como referência), sendo importante chave de experimentações sensíveis, em módulo que nomeamos “objetos do chão / objetos do ar”. Alimentados também, entre outras, pela leitura da obra de Luiz Antônio Simas, em O corpo encantado das ruas, estudamos e praticamos experiências individuais e coletivas que possibilitaram a construção de um projeto final que nos envolveu pela imagem e presença da cadeira como objeto relacional e provocador no espaço da cidade.

Tornou-se expressivo para o grupo experimentar saídas, individuais e coletivas, levando cada um, sua própria cadeira para passear e assentar, abrindo assim um espaço-tempo de pausa e encontro com a comunidade, num deslocamento da casa para a rua.  Na vivência individual, hábitos da vida privada de alguma forma se contaminaram pelo contato com diferentes contextos de imersão. Já na experiência coletiva, colocamos em prática uma outra tentativa de encontro, no caso com uma situação no mínimo inusitada em uma metrópole como Belo Horizonte: procurar o grupo de porcos que uma das participantes do grupo, Tamira, muitas vezes se deparou nas imediações de sua casa. Munidos de nossas cadeiras e de um estêncil improvisado com a provocação “Procura-se” e a imagem de um porco, saímos grafitando os muros da avenida Portugal, na zona norte da cidade, experimentando as configurações possíveis de pausas coletivas que contaram também com a coincidente presença de duas lojas de cadeiras. O périplo afinal culminou com o encontro desejado, o qual foi usufruído a partir de registros em foto e vídeo, dando forma e conteúdo a esse módulo que chamamos “Espaço: uma simultaneidade de estórias-até-agora”.​ A experiência está registrada no jornal Arruar, produzido pelo grupo, com link de acesso nesta página.

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Participantes:

Artur SomaSete. Elisa Campos. Emir Lucresia. Flávia Braga. Irineu Lopes. Jade Vieira. Lucas Fabricio. Mariana Laterza. Rodrigo Borges. Sabrina Damas. Simone Lima. Tamira Mantovani. Victoria Sofia. Victor Velloso.

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